Olá, hoje vamos ter um “fique de olho” diferente dos outros,
vamos conhecer um pouco mais sobre Zsofi Biro, “uma treinadora e competidora
apaixonada pelo agility há 16 anos”.
Zsofi é húngara e virá competir aqui no Brasil
e depois na Argentina.
Quando soube que Zsofi viria pro Brasil, pensei em fazer uma entrevista
com ela, mandei as perguntas e ela foi muito simpática.
É uma pessoa apaixonada pelo esporte, capaz de fazer qualquer
coisa para conseguir passar um tempo qualitativo com seus cães,
e o melhor gosta de contar suas histórias! Aproveitem para conhecer
um pouco mais sobre essa húngara que vira para uma viagem pela américa
do sul, passando por Brasil e Argentina, participando do nosso Campeonato
Brasileiro Royal Canin de Agility e do Américas e Caribe.
CBA/Samy: Zsofi, o espaço
é seu, apresente-se para nós!
Zsofi: Olá, sou Zsofi Biro
e posso dizer que sou uma treinadora e competidora apaixonada pelo agility
há 16 anos.
Eu sou daquelas que não pensa duas vezes antes de levantar as
5h00 da manhã pra treinar zona de contato e eu sempre acho uma maneira
de treinar meus cães em qualquer ambiente, mesmo morando na cidade
sem ter tanto acesso aos obstáculos. Eu já fui chefe de equipe
do time Húngaro no Junior EO em 2010, que foi uma das experiências
mais incríveis da minha vida, pena que eu não pude aceitar
o convite no ano seguinte por conta de outros compromissos. Eu penso que
na vida ou fazemos uma coisa se entregando de corpo e alma, ou não
fazemos e o agility é uma dessas coisas que eu escolhi para fazer
com todo meu coração e assim eu acabei planejando essa viagem
para o Brasil e Argentina.
Atualmente corro com uma Parson Russel, Scilla ( o nome dela vem de
um monstro do filme A Odisseia em italiano). Nós duas somos bem
energéticas e amamos dar o máximo de nós em qualquer
situação.
Nós temos um grande número de conquistas, mas eu
não ligo muito para os troféus, estão em caixas na
garage do meu pai.
É assim que eu sou, foco mais nos sentimentos e não tanto
nos objetos como resultados de vitórias. E eu também amo
explorar maneiras de me treinar mentalmente, isso me ajuda a focar mais
e achar a perfeita harmonia entre os cães e eu, quando estamos fazendo
agility.
CBA/Samy: Quanto tempo você
pratica Agility e como conheceu o esporte?
Zsofi: O agility esta na minha vida
há 16 anos!
Assim como toda criança, eu sempre quis um cãozinho, mas
eu só tinha tido a oportunidade de ter papagaios ( e eu também
os ensinava bastante coisa). Até que um dia, milagrosamente eu consegui
um cão, prometi todo tipo de coisa pros meus pais inclusive nunca
ter que fazer nada ou pagar nada pelo cão, eu finalmente peguei
o Phillip, o Cocker Spaniel. Assim como muita gente no mundo, nós
não conhecíamos muito sobre a raça ou a linha, por
tanto a estória é bem típica a não ser pelo
final inesperado.
Conheci o agility devido ao fato de ser metade polonesa uma amiga da
nossa família Húngaro Polonesa me apresentou esse tipo de
esporte assim que ela soube que eu tinha um filhote.
CBA/Samy: A partir daí você
começou uma carreira longa no Agility, certo?
Zsofi: A minha carreira eu posso,
obviamente, agradecer ao Philip por ser o professor, pois após seis
meses treinando obediência, o pessoal do meu clube me procurou e
disse: “ se você tem capacidade de ensinar tudo isso pra esse cão,
você, com certeza, pode ensinar outros”. Assim eu comecei a cuidar
das “puppy classes”, o que era uma coisa bem nova na Hungria ( normalmente
a educação canina começava com 7-8 meses de idade).
Isso me deu um lindo hobby e uma ótima experiência, e eu ainda
não tinha que pagar pelas aulas de agility e quando ainda se está
no colegial, faz uma boa diferença. E assim vocês podem imaginar
uma garota de 15 anos, parada na frente de um grupo de pessoas, dando conselhos,
ensinando “clicker training” que era algo bem inovador naquela época.
Mas parece que o resultado foi bem bom, mais e mais pessoas vieram e amaram
os treinos com métodos positivos, nosso jeito de socializar os cães,
resolvendo dia a dia os problemas da vida e devolvendo cães equilibrados!
Vários desses alunos se tornaram membros do nosso clube de agility.
Mesmo Philip sendo considerado por muitos, um cão que nunca completaria
um percurso inteiro e tendo várias eliminações só
por que ele resolveu cheirar ao invés de cooperar, nós chegamos
ao Grau 3 em 5-6 meses (naquela época as competições
eram escassas e sem contar que sendo uma estudante, eu nunca tinha dinheiro
para as viagens). Ele foi campeão nacional 2 ou 3 vezes, eu não
sei ao certo. O que eu sei é que um grande milagre aconteceu e finalmente,
após vários anos de uma péssima politica agilitysta
na Hungria, finalmente poderíamos ir a um Campeonato Mundial!
Fui com Phillip nas primeiras edições de Dortmund e Lievin
com 100% de pistas zeradas e até alcançando um 15º lugar
no individual ( pras pessoas que gostam de números e estatísticas).
Scilla é apenas meu segundo cão. Com seus 5 anos de idade,
ela já alcançou bastante coisa: Chegamos ao Grau 3 com dois
meses de competição, estando no time húngaro durante
toda a sua carreira, com 100% de pistas zeradas e uma Medalha de Ouro no
Jumping por equipes em Liberec 2012! Ela ganhou a Amadeus World Cup em
2011, o Dog Olympic Games (por equipe em 2010 e individual em 2012), foi
a melhor Grau 3 em Monza, ganhando um prêmio engraçado: maquina
de lavar, ganhou o campeonato nacional por diversos anos e muito mais.
Eu agradeço especialmente a ela, estou sendo convidada para dar
seminários, tendo a chance de unir minhas paixões: passar
tempo com ela, agility, viagens e conhecer culturas.
Atualmente, eu tenho corrido com outros cães também, maioria
mídis e standards cujos donos confiam em mim, pois me conhecem desde
o começo ou já foram meus alunos. A única exceção
Crice, Parson Russel do Ezio Bertuletti, que eu conheci quando morava em
Milão, Itália. Eu fiquei lá à trabalho e trabalhei
muito, tive até que ficar fora do agility por 3-4 meses. Mas quando
eu fui visitar o clube do Ezio em Monza e ele me ofereceu para correr com
Crice, eu não consegui resistir.
CBA/Samy: O que você mais
gosta no Agility?
Zsofi: O mais importante pra mim
é ter uma chance de passar tempo de qualidade com meus cães.
Nós nos divertimos muito aprendendo e resolvendo situações
juntos... e não tem nada melhor do que ver um Parson Russel hiperativo
dormir tranquilamente :)
Além disso, o agility conecta pessoas que tem a mesma paixão
e os mesmos objetivos, até de cantos diferentes do mundo. Isso não
é incrível?
CBA/Samy: Como o Agility se insere
na sua rotina hoje?
Zsofi: Com a Scilla, o agility é
nossa maior paixão, então nós estamos sempre prontas
para praticar a qualquer momento. No entanto, eu não tenho um jardim
ou obstáculos para praticar agility da forma tradicional, eu tenho
de ir a um clube (escola). O que eu realmente gosto é de passear
com meus cães e encontrar formas de treinar exercícios que
são os básicos para nossa performance na pista. É
por isso que você poderia me encontrar no parque reconhecendo percursos
no meio das árvores.
Eu normalmente vou ao clube duas vezes por semana e eu compito, dou
seminários ou vou fazer trilhas nos finais de semana. Antigamente
eu costumava fazer muitas trilhas e escaladas, mas hoje o agility consome
a maior parte do meu tempo livre. Nosso clube, Kraft, costuma organizar
competições de agility pois possui um galpão de areia
que permite provas independente das condições climáticas.
CBA/Samy: Você conhece alguma
coisa sobre o Agility sul-americano?
Zsofi: Eu tenho diversos amigos
e conhecidos no Agility Sulamericano. Em 2010, troquei camisetas com a
Letícia Bot e desde então mantemos contato. Ela já
havia me convidado para o AyC do ano passado, mas eu já possuía
um seminário agendado nessa data e não pude ir.
E em outubro, um amigo que não é do agility conheceu a
Antonella Corsini e nos apresentou. Foi muito divertido poder trocar experiências
e ideias com uma agilista/agiliteira italiana que mora no Brasil, e tudo
isso virou uma amizade que resultou em uma viagem para o Rio, São
Paulo e Buenos Aires! Uau! O Agility nos dá surpresas mesmo depois
de 16 anos praticando!
Apesar de ouvir todas as histórias, ver vídeos e assistir
aos competidores nos Mundiais, eu acho que só tenho uma vaga ideia
de como é o Agility no Brasil e estou muito animada para poder conhecer
mais pessoalmente.
Quero muito ver, conhecer e trocar experiências sobre formas de
conduzir tanto na competição como em seminários então
mal posso esperar para conhecer todos vocês! (Para informações
a cerca de seminários, podem falar com a Antonella!)
CBA/Samy: Nós não
costumamos ver muitos europeus vindo a América do Sul para competir.
O que você espera encontrar no Campeonato Brasileiro e no Américas
e Caribe?
Zsofi: O que eu realmente espero
é o espírito mediterrâneo: pessoas apaixonadas, alegres
e que realmente AMAM seus cães e dão tudo de si em suas pistas.
Eu acredito que nós tenhamos maneiras diferentes de condução,
mas como vi que vocês receberam diversos cursos de condução
com outros europeus, acho que talvez não seja tão diferente
assim.
Quanto aos eventos, estou esperando me divertir bastante e até
uma festa de aniversário divertida, já que o German Villa
faz aniversário bem nessa época! Espero que a Scilla também
possa entrar na festa já que ela faz 5 anos no dia 10 de Abril.
Acredito que a competição será muito diferente
de tudo que vi em outros países, por isso não vou nem fazer
previsões e criar expectativas. Surpreendam- me!
CBA/Samy: Quer deixar uma mensagem?
Zsofi: Uma mensagem que eu passo
é: Pense, decida, sonhe e viva!
Obrigado Zsofi Biro pela entrevista, desejamos boa sorte nessa sua viagem
pela América do Sul com Scilla! Vocês serão muito bem
– vindas!