Caminhos bem diferentes levaram as quatro duplas abaixo ao título.
Histórias como sempre interessantes que temos a possibilidade de
ajudar a contar. Nessa última reportagem sobre os campeões
do XIV Campetonato Brasileiro gostaríamos de agradecer a todos os
condutores que nos responderam as perguntas, possibilitando além
do reconhecimento pelo título, levar a experiência de cada
um aos demais praticantes do esporte.
Começando pelo Mini, onde Flavio Péris e Lilly
(Schnauzer) chegaram ao título. Na temporada passada foram Campeões
no Iniciante Mini. Terminam a temporada no topo das categorias. Veja abaixo
como Flavio viu tudo:
CBA: como foi esse campeonato Brasileiro. Começar no grau
2 e terminar no grau 3?
Flavio Péris: Eu
não esperava atingir o Grau 3 neste campeonato, sempre que mudamos
de categoria a dificuldade aumenta e eu ainda estava apanhando de algumas
pistas do Grau 2 (Haha). Ela me surpreendeu, e subimos para o Grau 3 em
Campinas, com o combinado zerado e o braço quebrado (em uma queda!).
Para mim é uma grande alegria, tanto por ter conquistado esse Grau
2 quanto por estar no Grau 3, competindo com os melhores. Com um cão
adotado já adulto eu nunca esperei nada, então tudo é
uma grande conquista!
CBA: O primeiro título veio temporada passada no iniciante,
mudou alguma coisa no agility pra você agora?
Flavio Péris: Em
termos de diversão, nada. Para ela basta uma bolinha. Agora em termos
de experiência, tudo (não que agora eu seja experiente, mas
eu era muito ruim!). Ela está muito mais focada, compreendendo melhor
a condução e prestando mais atenção, e quanto
a mim, estou mais tranquilo ao entrar em pista. O que torna tudo mais divertido.
Os desafios são grandes, as pistas estão mais complicadas
(ainda mais com a pista exclusiva dos Mini no G3) mas vamos fazer como
sempre, e dar o nosso melhor. O aprendizado nunca acaba.
CBA: Próximos desafios no G3? E o espaço é
seu pra deixar um recado, agradecimentos...
Flavio Péris: Fazer
com que ela fique mais parecida com a Lilly dos treinos, onde tem muito
mais confiança e velocidade. Esse primeiro ano no G3 vai ser de
experiência, para melhorar a condução e ganhar segurança.
Não espero nenhum resultado, apenas crescer como dupla e corrigir
nossas dificuldades. Dedicação maior aos treinos e nas pistas!
Agradeço a todo mundo que torceu por nós (desde os iniciantes)
pois foi muito importante! A cada conquista os amigos sempre estavam lá!
Agradeço ao Dan, a toda DW, e é claro ao Tiago, que se não
fosse pelo apoio, paciência - e pelas broncas! - a Lilly seria apenas
um cachorrinho louco por bolinhas, e só!
...
Veio do Paraná o único campeão de fora do estado
de São Paulo nesse XIV Campeonato Brasileiro. Foi Marcos Victor
com Fly (Pastor de Shetland) que também venceu ano passado,
mas no grau 1 o ranking do midi. Assim como Flavio e Lilly a dupla
também termina a temporada no Grau 3.
CBA: Como foi ser campeão brasileiro?
Marcos Victor: Ser campeão
é uma conquista que é alcançada com muito esforço
e dedicação. Além disso, é preciso uma grande
conexão com seu companheiro canino, que sempre retribui com muito
entusiasmo e energia. A sensação de entrar em pista, ter
diversão com meus cães, ter vitórias em cada etapa
e ser campeão agiliteiro em cada grau é muito boa.
CBA: Você apresentou uma evolução grande
nesse último ano, como foi o trabalho para chegar ao grau 3?
Marcos Victor: O grau 3 é
um estágio atingido com muito treino, insistência. Então,
treinar e competir com vários cães permite uma melhor compreensão
e mais experiência para ser um bom praticante desse esporte, companheiro
e treinador dos cães. Assim a vontade de superar seus limites, evoluir
e melhorar a cada ano me move para chegar onde estou.
CBA: Planos para o Futuro? E o espaço é seu para
deixar um recado.
Marcos Victor: Eu busco bons resultados,
ainda mais entrosamento com meus cães e continuar praticando esse
esporte.
Não posso esquecer a ajuda do campeão mundial Samir Abu
Laila, cujas experiências permitem-lhe ser um grande instrutor e
professor de agility, e meus pais, que investiram muito para eu chegar
até aqui.
...
Haroldo e Enzo (Border Collie) velhos conhecidos da turma do
agility conquistaram o seu primeiro título nacional no XIV Campeonato
Brasileiro. Abaixo Haroldo fala sobre a adaptação ao Enzo,
que foi treinado por sua mulher Luciana, nem sempre é fácil,
mesmo para os mais experientes.
CBA: Você fez um campeonato de regularidade, marcando pontos
em todas as provas. Esperava sr campeão? Quando foi que caiu a ficha
que poderia chegar ao título?
Haroldo: O meu maior objetivo,
quando iniciou o XIV Camp. Brasileiro, era chegar ao título de campeão
Brasileiro com o Enzo, então treinei e batalhei muito para que essa
meta fosse alcançada, percebi que seria possível após
a 7ª e 8ª etapa realizadas em Campinas, pois pontuamos muito
bem, então eu precisava estar bem concentrado nas duas últimas
etapas para administrar o resultado e então chegar ao título
inédito tanto para mim quanto para o Enzo.
CBA: O Enzo nas suas origens sempre foi conduzido pela Luciana,
quais as dificuldades que você encontra ao conduzi-lo?
Haroldo: Foi um grande desafio
e confesso ter sido bem complicado no começo porque precisei me
adaptar ao tempo do Enzo e ele entender a minha condução,
que é totalmente diferente da condução da Luciana,
então demoramos um tempo para entrarmos em sintonia e hoje considero
que eu e Enzo formamos uma dupla.
CBA: O espaço é seu para deixar um recado, agradecer
ou desabafar (risos):
Haroldo: Quero agradecer ao meu
treinador Tiago que me treinou e ajudou, ao meu amigo Dan que me apoiou,
a minha esposa Luciana que esteve o tempo todo ao meu lado incentivando
e torcendo muito por nós e principalmente ao Enzo, esse cão
espetacular que realizou um grande sonho meu.
...
Mais um cão que conseguiu sair das ruas e veio parar no agility
para ser campeão. Esse é Cookie, conduzido por Daniel
Nakamura (SRD). Com apenas duas temporadas chega ao quinto título
dentro do esporte. Veja a entrevista com Daniel abaixo:
CBA: Quinto título do cookie, quando começou a
competir achava que seria assim?
Daniel: Claro que não! Quem
viu a gente começando a competir sabe do que eu estou falando…rs.
Na verdade tinha dúvidas se conseguiria fazer uma pista inteira
em alguma prova e nem sonhava com título nenhum.
Mas, aí o Cookie foi melhorando, parando de dar perdidos, fazendo
boas pistas apesar dos perdidos, e deu no que deu. Quando adotei o Cookie,
nem fazia idéia do que era o agility e, quando comecei a treinar,
o objetivo era apenas o de oferecer uma atividade física saudável
para ele. No começo, tinha dúvidas se ele realmente gostava
de fazer as pistas, hoje tenho certeza que ele odeia…rs, brincadeira, ele
curte de montão! E o mais importante, fundamental, é praticar
independente de títulos e campeonatos.
CBA: Quando você começou os QRMBC eram raros, agora
temos 8 pontuando no grau 2, como vê o futuro da categoria?
Daniel: Eu acho muito bacana ver
um monte de QRs no G2. Eu comecei o campeonato sozinho e a galera foi subindo,
subindo, e agora são 8. A próxima temporada será mais
bacana, mais disputada e isso é muito bom! Eu acho interessante
para o público que vai às provas, ver que o esporte não
é exclusivo de Shelties e Borders e que qualquer cão pode
praticar.
O futuro da categoria QRMBC depende de novas duplas surgirem para engrossar
o caldo e manter a coisa sempre ativa . Aliás, acho que o grande
desafio dos QRs será ser competitivo mesmo entre os borders.
CBA: Quais os próximos passos da dupla?
Daniel: Bom, temos muito o que
treinar e aprender ainda. Começamos bem o campeonato, mas tivemos
uma queda de rendimento sensível, principalmente nas últimas
provas.
Estou aprendendo muito com o Tiago, que é um técnico
excelente, e tem dado certo nos treinos. E é isso, focar nos treinos
e tentar melhorar nas provas, na medida do possível. Não
tenho a menor pretensão de passar para o G3, nem o Cookie...rs.
...
Parabéns para as duplas!
CBA