Desde que foram criadas as categorias fraldinhas e incentivo em diversos
campeonatos o número de crianças conduzindo aumentou consideravelmente,
mesmo que não competindo oficialmente. Sem carteiras de trabalho,
sem preocupações e com muita diversão. Foto abaixo
Pedro Lucas.

Porém existem aqueles que no caminho contrário já
entram pela porta oficial desde cedo. Se você acha que Samy Wroblewski,
Felipe Minet, Marta Pires começaram cedo o que dizer então
da Mariana que começou aos 5 anos nas competições
oficiais?
Final de semana do Campeonato Paranaense foram três duplas com
condutores ainda na infância. A já citada Mariana, e a estreante
Nicolle Schubert que já fez sua primeira prova subindo ao pódio
e Yuri Lesnau.
Outros
que também vem aparecendo bastante são Lívia e Théo.
A primeira já esteve em pista oficialmente, e o segundo não
competiu oficialmente, já esteve em provas do XV Brasileiro conduzindo
na categoria Fraldinhas, bem como Lívia, e também estava
no Paranaense e fez cão branco no iniciantes.
Mas o que há em comum entre essas e outras crianças que
tão cedo interessaram-se pelo esporte ao ponto de treinar, viajar,
entrar em pista para competir e muitas vezes não vencer, já
que as regras são iguais para eles e os adultos.
Thomas
Não podemos falar de crianças no agility sem lembrar do
Thomas, que até bem pouco tempo era o campeão brasileiro
com menor idade. Conquistou seu primeiro título aos 7 anos, conduzindo
Juju, como podemos ver na foto ao lado..
Convivência e Genética
Tarzan, o personagens das revistas em quadrinhos, os mais antigos vão
lembrar, o homem macaco. Após a queda do avião no meio da
floresta foi criado por macacos e achava que era um deles.
Claro que ninguém caiu de paraquédas na floresta de obstáculos,
muito pior, nasceram nela e desde muito cedo convivem com o processo de
treinos e competições, ao ponto de não entenderem
o que é a vida sem o agility.

Vindos de famílias que começaram a fazer agility nos primórdios
do esporte no Brasil, Felipe, Marta e Samy (dos clãs Minet, Pires
e Wroblewski) começaram oficialmente no esporte por volta dos 12
anos, o que também ocorreu com Bruno Moreno e Gabriela Almeida que
até hoje competem, já tem mais de 10 anos dentro do esporte,
mas que são os pioneiros em suas famílias. Com passagens
por competições internacionais como Mundial e Américas
e Caribe, sem dúvidas o fato de estar em uma família que
pratica agility ajudou, porém munidos da idade certa para aprender
tornaram-se grandes condutores e treinadores. Na foto montagem acima,
Samy e Marta.
Dá pra pintar um futuro muito promissor para esses condutores
nascidos dentro de caixas transporte, que viram suas cadeirinhas dividindo
espaço com cães no carro, brincando com os mesmos brinquedos
dos irmãos de quatro patas e da mesma brincadeira.
Quem são eles
Mariana Nunes é sem dúvidas a que teve a maior
exposição ao Agility, com tantos praticantes na família
pra qualquer lado que ela olhe só vê isso. Foi campeã
pela primeira vez com seis anos de idade. Batendo o recorde de Thomas e
abrindo o caminho para essa novíssima geração de condutores
mirins.

Livia Ferreira, filha do Eduardo Ferreira, é outra que segue
os caminhos do pai dentro do esporte. Recentemente fez sua estréia
com Jatobá, um cachorro complicado de conduzir, porque é
cego de uma das vistas. Antes disso entrou no fraldinhas com Anita, um
Schnauzer.

Nicolle Schubert, filha do Aurélio, desde muito nova treina
os cães. Competir nunca foi algo possível já que no
Rio Grande do Sul não ocorrem provas oficiais. Na 2ª etapa
do I Campeonato Paranaense fez sua estréia oficial, foi ao pódio
em primeiro lugar. No entanto um cão apenas não foi o bastante
para ela, estava inscrita com dois!

Yuri Lesnau, não é filho de fato. Afilhado e sobrinho
da Fernanda Lesnau começou a competir com 10 anos. Treina e entra
com Spicy, um cão da raça Schipperke. Também começou
no Paranaense, na primeira etapa. Está hoje na segunda posição
no Ranking dos iniciantes Mini/Midi. Recebe todo apoio da tia e do tio
Felipe Minet.

Théo Estigarribia ainda não foi pra pista com carteira
de trabalho, mas já teve o gosto de conduzir três cães
da família. Godura, Bola e Glee. Sempre acessorado por Vívian
Razel, que acumula funções de mãe, treinadora e fonoaudióloga,
deve começar a registrar os resultados oficiais em breve.

Temos ainda outros casos, como o de Pedro Lucas, filho de Adriano de Minas
Gerais, que aparece na primeira foto desta matéria. Debutou nas
pistas oficiais dentro do IX Carioca de Agility aos 10 anos, hoje com 11
compete no XV Brasileiro e Mineiro. Treinou ele mesmo seu cão com
quem tem um vínculo muito forte.
João Victor que entrou em pista com Lilica, da raça Beagle,
na 2ª etapa do I Paranaense. Os pais não competem, coube a
ele começar a tradição, como podemos ver na foto abaixo.
Manu, filha da Isabelle Lund é outro exemplo, figura fácil
nos Matchs do Dog World e provas que ocorrem na escola, entra sempre na
categoria Fraldinhas.
Só
o tempo dirá
Marcos Victor é um caso mais avançado. Se todos
seguirem no esporte, esses que hoje tem de 7 a 10 anos estarão daqui
a 10 anos com seus 17 a 20, igual ao condutor Paranaense que hoje está
no grau 3 e tem também toda a família envolvida. Tanto Marco
Polo quanto Neisa praticam. Ele começou quando tinha 12 anos de
idade e hoje é condutor grau 3 com passagens por competições
internacionais como Américas e Caribe e Open Europeu.
Como não podemos adiantar os relógios para saber do futuro,
só nos resta esperar e torcer para que todos esses pequenos tenham
grandes oportunidades e tornem-se bons competidores. Uma coisa é
certa, no rítmo em que estão não dá pra dizer
que são filhos de peixes.
No caso deles "filho de peixe, é tubarão".